Sendo o heterónimo pessoano que o poeta mais publicou, Álvaro de Campos é também aquele que percorre uma nítida curva evolutiva, passando por três fases:
Fase Decadentista – é a fase do “Opiário”
· Traduz-se por sentimentos de tédio, náusea, cansaço, abatimento e necessidade de novas sensações;
· Evidência falta de sentido para a vida e desejo de fuga à monotonia. Procura refúgio no ópio. Estilo lento e arrastado.
Fase Futurista/ Sensacionista – é a fase da “Ode Triunfal”
· Exaltação da civilização moderna e do progresso;
· Faceta provocatória e subversiva/ruptura com o passado;
· Celebração do triunfo da máquina, da energia mecânica;
· Apresentação de maquinismo em fúria e da força da máquina em oposição à beleza tradicional;
· Evidência o ideal futurista de Campos;
· Regista-se na intelectualização de sensações;
· Procura o excesso de sensações até à violência;
· Quer sentir a violência e a força de todas as sensações;
· Influenciado por Whitman e por Marinetti.
Fase Intimista
· Instala-se o tédio, a náusea e a angústia existencial;
· Instala-se o desencontro com os outros e o abatimento;
· Céptico, o poeta sente-se rodeado pelo sono e pelo cansaço, revelando desilusão e revolta;
· Estamos perante um Campos decaído, melancólico e devaneador que se sente vazio e incompreendido;
· Revela vício de pensar, recusa tudo e manifesta perda de identidade;
· Apela ao direito de solidão;
· Aponta a infância como simbolo da felicidade perdida;
· Assemelha-se ao Fernando Pessoa Ortónimo.
Estilo:
- Verso livre, estilo esfuziante, vertiginoso e torrencial;
- Exclamações, interjeições, apóstrofes, enumerações, onomatopeias...
. Estas características encontram-se sobretudo na 2ª fase ( Fase Futurista/ Sensacionista).
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