domingo, 27 de maio de 2012

Renascimento




O renascimento é o movimento cultural que se desenvolveu na Europa ao longo dos séculos XIV e XVI, com efeitos nas artes, nas ciências e em outros ramos da actividade humana. Itália permaneceu sempre como o local onde o movimento apresentou maior expressão.
No centro da transformação intelectual renascentista encontra-se a passagem de uma mentalidade teocêntrica (que colocava Deus no centro da reflexão humana) a uma mentalidade antropocêntrica (que via o homem como centro). Esta proposta correspondia a um reconhecimento e a uma crença optimista nas capacidades e no valor do ser humano, contrapondo-se à visão medieval do mundo.
O termo Renascimento está ligado ao facto de, neste período, os eruditos europeus terem voltado a sua atenção para as grandes obras da antiguidade clássica, que acreditavam terem sido esquecidas durante a Idade Média. Nelas encontravam as raízes das questões básicas que pretendiam responder alguns dos seus problemas. As obras clássicas eram também modelo para as obras que pretendiam criar.
Em Portugal, a difusão do humanismo foi fomentada pelo envio de bolseiros a outros pontos da Europa e pela vinda de estrangeiros a Portugal.

Classicismo

O classicismo é um movimento cultural que valoriza e resgata elementos artísticos da cultura clássica (greco-romana). Nas artes plásticas, teatro e literatura, o classicismo ocorreu no período do Renascimento Cultural (séculos XIV ao XVI).

    Em Arte, o Classicismo refere-se, geralmente à valorização da Antiguidade Clássica como padrão por excelência do sentido estético, que os classicistas pretendem imitar. A arte classicista procura a pureza formal, o equilíbrio, o rigor ou, segundo a nomenclatura proposta por Friedrich Nietzsche:, pretende ser mais apolínea que dionisíaca.
     Alguns historiadores de arte, entre eles Giulio Carlo Argan, afirmam que na História da arte concorrem duas grandes forças, constantes e antagônicas: o espírito clássico, e o espírito romântico.
As duas grandes manifestações classicistas da Idade Moderna européia são o Renascimento, Humanismo e o Neoclassicismo. 
Camões foi o mais importante poeta do classicismo português, sendo sua maior obra, Os Lusíadas, a maior epopéia já escrita em português.

Luis Vaz de Camões


Luís Vaz de Camões nasceu em 1524 ou 1525, provavelmente em Lisboa ou Coimbra, e morreu em Lisboa a 10 de Junho de 1580.
 Pouco se sabe com certeza sobre a sua vida. Pertencia a uma família da pequena nobreza e terá recebido uma sólida educação nos moldes clássicos, dominando o latim e conhecendo a literatura e a história antigas e modernas. Aos doze ou treze anos teria sido protegido e educado pelo seu tio Bento que o encaminhou para Coimbra para estudar.  Diz a tradição que foi um estudante indisciplinado, mas ávido pelo conhecimento, interessando-se pela história, cosmografia e literatura clássica e moderna. Contundo, o seu nome não consta dos registos da Universidade de Coimbra. Com cerca de vinte anos ter-se-ia transferido para Lisboa, antes de concluir os estudos.
Devido a um amor frustrado, autoexilou-se em África, alistado como militar, onde perdeu um olho em batalha. Voltando a Portugal, feriu um servo do Paço e foi preso. Mais tarde é perdoado e parte para o Oriente, onde passa vários anos e enfrenta uma série de adversidades, sendo preso várias vezes. Combateu bravamente ao lado das forças portuguesas e escreveu a sua obra mais conhecida, a epopeia nacionalista Os Lusíadas.
Logo após a sua morte a sua obra lírica foi reunida na coletânea Rimas, tendo deixado também três obras de teatro cómico. Enquanto viveu queixou-se várias vezes de alegadas injustiças que sofrera e da escassa atenção que a sua obra recebia, mas pouco depois de falecer a sua poesia começou a ser reconhecida como valiosa por vários nomes importantes da literatura europeia, ganhando prestígio sempre crescente e influenciando gerações de poetas em vários países.

Camões foi um renovador da língua portuguesa; tornou-se um dos mais fortes símbolos de identidade da sua pátria e é uma referência para toda a comunidade lusófona internacional. 

Alvaro de Campos

Sendo o heterónimo pessoano que o poeta mais publicou, Álvaro de Campos é também aquele que percorre uma nítida curva evolutiva, passando por três fases:

Fase Decadentista – é a fase do “Opiário”

·         Traduz-se por sentimentos de tédio, náusea, cansaço, abatimento e necessidade de novas sensações;

·         Evidência falta de sentido para a vida e desejo de fuga à monotonia. Procura refúgio no ópio. Estilo lento e arrastado.

Fase Futurista/ Sensacionista – é a fase da “Ode Triunfal”

·         Exaltação da civilização moderna e do progresso;

·         Faceta provocatória e subversiva/ruptura com o passado;

·         Celebração do triunfo da máquina, da energia mecânica;

·         Apresentação de maquinismo em fúria e da força da máquina em oposição à beleza tradicional;

·         Evidência o ideal futurista de Campos;

·         Regista-se na intelectualização de sensações;

·         Procura o excesso de sensações até à violência;

·         Quer sentir a violência e a força de todas as sensações;

·         Influenciado por Whitman e por Marinetti.

Fase Intimista

·         Instala-se o tédio, a náusea e a angústia existencial;

·         Instala-se o desencontro com os outros e o abatimento;

·         Céptico, o poeta sente-se rodeado pelo sono e pelo cansaço, revelando desilusão e revolta;

·         Estamos perante um Campos decaído, melancólico e devaneador que se sente vazio  e incompreendido;

·         Revela vício de pensar, recusa tudo e manifesta perda de identidade;

·         Apela ao direito de solidão;

·         Aponta a infância como simbolo da felicidade perdida;

·         Assemelha-se ao Fernando Pessoa Ortónimo.

Estilo:
- Verso livre, estilo esfuziante, vertiginoso e torrencial;
- Exclamações, interjeições, apóstrofes, enumerações, onomatopeias... 
. Estas características encontram-se sobretudo na 2ª fase ( Fase Futurista/ Sensacionista).